segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Hoje é dia das crianças

Hoje é dia das crianças. De todas as crianças. 

A segunda frase deste texto poderia ser um exagero, caso nos lembrássemos de que hoje é dia delas, de que todos os outros dias também deveriam ser, independente de onde moram e de como vivem. Mas nós não nos lembramos. Não nos lembramos porque não é fácil: não é fácil lembrar-nos do quanto falhamos com elas todos os dias; de como ignoramos suas súplicas, suas dores e seus medos.

Ter medo do escuro é coisa de criança: não tenha medo do escuro. Porém, aqui estamos nós, fadando nossas crianças à escuridão da vida, dos castigos, dos conteúdos; à escuridão das ruas, do furto.

Hoje é dia das crianças. De todas as crianças. Caso você não se lembre, eu faço questão de repetir:

Hoje é dia das crianças. De todas as crianças. E nós temos responsabilidades sobre elas, sobre todas elas. Sim, nós: eu e você, como parte da sociedade, temos responsabilidades. Então, antes de gritar por redução da maioridade penal e até desejar a morte de algumas crianças; antes de sujeitá-las e espancá-las; antes de destinar a elas a escuridão e o silenciamento do mundo, lembre-se que é seu dever, como "pessoa de bem" que defende a família e cumpre as leis:

"assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão." (artigo 227 da Constituição)


Anotou o recado? Há muito trabalho pela frente.

Todas as crianças são nossas. Eu assumo a minha responsabilidade.

E você?

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